Este tem sido meu ano de leitura de livros sobre naufrágios. Barcos roubados por uma baleia ou uma história contada por Gabriel Garcia Marquez, estou aqui para isso. The Wager, o mais recente livro de David Grann, é um acréscimo digno do mar a essa série de narrativas dramáticas, soturnas e de não ficção.
O ano, 1741. O sonho: conquistar a glória naval para o rei e o país, causando o caos ao inimigo e concorrente colonial da Grã-Bretanha, a Espanha. A realidade: naufragado em uma ilha estéril na costa sul do Chile em perseguição às forças espanholas, a tripulação do HMS Wagerjá está esgotada pelo clima terrível, desnutrição e escorbuto. Os homens rapidamente se dividem em facções. A partir daí, as coisas desandam.
David Grann é o autor de Killers of the Flower Moon e The Lost City of Z. Ele é excelente em criar narrativas envolventes e coesas a partir de histórias confusas. The Wager não é exceção - diferentes sobreviventes retornaram à Inglaterra com histórias e agendas muito diferentes, mas o livro de Grann apresenta essas várias linhas com uma clareza divertida (e muitas vezes aterrorizante). Sua escrita também é notável entre as narrativas de naufrágios, pois ele repetidamente enfatiza a realidade e a brutalidade do projeto imperialista, e muitas vezes se esforça para explicar as motivações obscuras por trás das decisões políticas que ostentam um fino verniz de retidão.
Tome a atitude certa e adquira uma cópia!
