Saltando entre duas linhas do tempo e acompanhando duas mulheres, Rachel Hawkins "The Villa" é uma reconstituição misteriosa e ricamente detalhada do período infame que Mary Shelley passou em Genebra, onde escreveu o seminal "Frankenstein". Em 1974, a Villa Aestas, na Itália, foi o lar de um grupo de estrelas do rock, músicos, seus amigos e Mari, a namorada do músico Pierce Sheldon e escritora. Nos dias de hoje, Emily é convidada para a bela Villa por sua melhor amiga, a loira Chess, com quem começou a se desentender. Emily também é escritora e se sente inspirada a contar a história de Mary, Pierce, sua meia-irmã Lara e seus outros companheiros durante aquele verão dos anos 70 que terminou em assassinato. Mas quanto mais ela se aproxima da verdade, mais as coisas em sua própria vida começam a parecer inquietantes.
Vou começar esta resenha dizendo que não sou uma leitora de mistério ou suspense. Já me aventurei em algumas obras, como Gillian Flynn ou Maureen Johnson, mas é um gênero que raramente pego. Recentemente, porém, descobri que a maioria dos livros não consegue prender minha atenção. Então, pensei, por que não tentar um mistério em que eu simplesmente TENHO que saber o final? E funcionou! Foi uma reviravolta divertida em um clássico, com estrelas do rock e chefes femininas substituindo os escritores protegidos da era romântica e um retiro ensolarado na Itália pelos tempestuosos alpes suíços. É impressionante como Hawkins conseguiu manter a tensão gótica em sua adaptação moderna. Ao recontar a história do escritor de Frankenstein em vez da história do próprio Frankenstein, Hawkins conseguiu se aprofundar nos personagens e em seus relacionamentos uns com os outros, já que eles espelham as circunstâncias tensas da criação de Frankenstein (o livro, não o monstro).