Neste envolvente e muitas vezes sardônico relato em primeira pessoa, o narrador infantil sem nome conta as histórias de sua vida, crescendo em uma família de lobisomens. Irreverente e realista, Jones desenha um retrato vívido da vida de pessoas que vivem à margem da sociedade. Os lobisomens estão sempre famintos, sempre à caça e em fuga, atravessando o sul dos Estados Unidos.
Pelos olhos do garoto, aprendemos muito sobre os lobisomens, que são pessoas que valorizam mais as histórias do que as posses. Mas essas histórias, contadas ao garoto por seu avô, seu tio Darren e, ocasionalmente, sua tia Libby, não são confiáveis - são mentiras, mas também são verdadeiras. É assim que os lobisomens educam seus filhotes.
Imagine ser uma criança em uma família cheia de monstros...
Acompanhamos o garoto e sua família em várias vinhetas e cenas graficamente violentas. Apesar do horror, o garoto espera, na esperança de que ele também "se transforme" e se torne um lobisomem ao passar pela puberdade. Isso serve como o principal arco e tensão do romance - ele vai ou não vai? - e também como uma metáfora de como as crianças querem imitar os adultos em suas vidas, mesmo que esses adultos sejam tóxicos, desequilibrados ou, literalmente, monstros.
Essa é uma história de amadurecimento inteligente, emocionante e, surpreendentemente, comovente. Eu passei a apreciar mais os lobisomens. Não foi tão assustador quanto sangrento e, sem dúvida, é um livro do qual vou me lembrar. Pode ser bom para pessoas que gostam de histórias sobre lobisomens ou outros metamorfos fantásticos, bem como para aqueles que gostam de uma história de amadurecimento e não se importam com um pouco de violência gráfica. Também pode ser interessante para pessoas que gostam de histórias sobre o sul dos Estados Unidos.
